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Tardezinha Inclusiva apresenta quadrilha junina de crianças com autismo e Síndrome de Down

A Tardezinha Inclusiva deste domingo (26) marcou a primeira apresentação da quadrilha junina de crianças com Síndrome de Down e autismo, do projeto ‘Passo a Passo’. Dentro da iniciativa ‘Somos Capazes’, a ação, da Prefeitura de João Pessoa, por meio da sua Fundação Cultural (Funjope), apresentou o tema ‘Um Toque a + de Amor’. O evento tem como cenário o Centro Cultural Tenente Lucena, no bairro de Mangabeira, e conta com o apoio da ONG Incluir, Fundação Centro Integrado de Apoio à Pessoa com Deficiência (Funad) e Associação Paraibana de Autismo (APA).

“Esse projeto nos deixa imensamente contentes, não só pelo resultado dele, porque já realizamos há um ano e seis meses, mas pelo seu significado, porque conseguimos abraçar, incluir, cuidar de crianças autistas, com Down, seus pais, suas mães. Com isso, eles têm uma referência para a diversão, mas também uma transformação da vida por meio da arte”, declarou o diretor executivo da Funjope, Marcus Alves.

Outro ponto que ele destacou é que, pela primeira vez, houve a apresentação de um grupo de crianças que vêm fazendo a oficina de musicalização e dança. “Hoje elas fizeram, pela primeira vez, uma apresentação de quadrilha junina. Para nós, isso é muito significativo porque estamos mostrando que as crianças com Down, autistas, são capazes, conseguem realizar atividades desde que possamos ofertá-las. E é isso que a Funjope vem fazendo”, acrescentou.

O evento contou ainda com homenagens aos padrinhos do projeto, entre eles, a primeira-dama do Município, Lauremília Lucena. “Este é um trabalho que nos sensibiliza e eu digo que essas crianças são meus filhos também. Fico muito feliz de estar aqui porque vejo as mães que lutam tanto no dia a dia para incluir os seus filhos e, através da arte, é muito importante”, observou Lauremília Lucena.

Ela afirmou que a Prefeitura deu alguns passos, com 1.200 cuidadores e mais 800 que estão sendo capacitados para dar segurança às crianças e suas famílias. Há os Centros de Referência que acolhem e laudam o autista, sem contar com a lei que o prefeito Cícero Lucena assinou no Dia da Síndrome de Down. “Cícero é um prefeito inclusivo, que tem sensibilidade e estamos unidos a esses projetos, a essas mães, para fazermos cada vez mais”, disse.

Sobre a homenagem, a primeira-dama afirmou estar feliz. “Eu sempre digo que cada homenagem que recebemos vem com uma responsabilidade porque mostra que tenho que fazer cada vez mais e retribuir com meu trabalho”, acrescentou.

A presidente da APA, Hosana Carneiro, ressaltou que um evento de inclusão é sempre feito com muito amor, cuidado, respeito porque envolve pessoas que necessitam de um olhar mais sensível para conseguirem sair de casa. “Hoje estamos fazendo uma homenagem às pessoas com Síndrome de Down e também é um momento de confraternização, com a entrega de títulos a madrinhas e padrinhos, pessoas que ajudam a Associação Paraibana de Autismo e que se uniram ao projeto ‘Somos Capazes’, do qual nasceu a Tardezinha Inclusiva”, destacou.

Neste domingo, também aconteceu a primeira apresentação do projeto ‘Passo a Passo’, que busca aproveitar os talentos, fazer capacitação para que as crianças usem o palco em um ambiente com menos gente. É uma preparação para que possam participar da ‘Tardezinha Inclusiva’. A iniciativa acontece aos sábados, é aberta e gratuita.

“É uma felicidade muito grande poder coordenar um projeto que a Prefeitura abraçou juntamente com a Funjope. Eu vejo muitos ganhos. Nós tínhamos crianças autistas que chegavam no portão, ficavam dez minutos com a mão no ouvido, depois ficavam meia hora e agora essas crianças estão no palco participando”, comemorou Nik Fernandes, uma das idealizadoras do projeto.

Ela ressaltou que assim acontece a inclusão social. “Terapia não é só em consultório. A vivência e o local onde eles convivem funcionam muito melhor do que uma semana no consultório. Tragam seus filhos para que se socializem. Tirem seus filhos de dentro de casa e venham curtir essa terapia cultural que é a Tardezinha”, convidou.

Famílias – A dona de casa Iranete Marques, mãe de Eduardo, 12 anos, conta que o filho, autista, participa da Tardezinha desde junho de 2022 e, desde então, nunca mais deixou de frequentar. Os resultados têm sido animadores. “Ele gosta muito. Quando chega em casa, já pergunta qual é o dia da próxima Tardezinha. Meu filho é ativo, gosta de interagir, mas muitas crianças não querem se aproximar porque ele não conversa como as demais. Aqui não tem isso. Todo mundo se dá bem”, elogiou.

Para a dona de casa, Maria de Lourdes Correia, que foi pela primeira vez, não é preciso ter uma criança atípica em casa para participar da Tardezinha. Morando próximo ao Centro Cultural de Mangabeira, quando soube do evento, não pensou duas vezes. “Trouxe minha neta Júlia que, mesmo não sendo atípica, adorou participar. Ela está amando. Não tem preconceito e sempre busca interagir com todas as outras. Além de ser uma inclusão, é muito gratificante. Agora, não vamos perder mais nenhuma Tardezinha”.

Tardezinha – Nesta edição, houve homenagem ao T21, já que no mês de março é lembrada a luta e a visibilidade da Síndrome de Down. Já os 30 padrinhos e madrinhas receberam pergaminhos pela contribuição ao projeto.

A programação contou ainda com recreação sob o comando dos palhaços Baba Baby, Kika e Brigadeiro; oficinas de pintura facial com a equipe WJ; oficina de artes com a fonoaudióloga Linzabelle Souza; acolhimento com a psicóloga Clidis Sampaio; oficina de beleza ‘Cuidar de Quem Cuida’, com Sandra Duartti; Rafael Star, Mágico Smith, Tia Ju pintura facial e ainda oficina de cosplay.

As crianças contaram com serviços gratuitos como tranças nagô, tranças tradicionais e penteados; maquiagem artística com a Makes Básica; adestramento de cães com o Go Dogs Educação; brinquedos, pipoca e algodão doce à vontade, além da feirinha inclusiva com 35 expositoras. O encerramento foi com a banda Cheiro de Pagode.

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