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Projeto ‘Pela Reconquista das Altas Coberturas Vacinais’ realiza oficina com jovens da Capital

Teve início neste sábado (11), com o apoio e a participação da Prefeitura de João Pessoa, a oficina ‘Jovens Repórteres’, que faz parte do projeto ‘Pela Reconquista das Altas Coberturas Vacinais’ (PRCV) do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz). A iniciativa, que selecionou 30 jovens de nove comunidades da Capital, conta ainda com a parceria da Central Única de Favelas (Cufa).

As oficinas acontecem na Escola Quilombola Antônia do Socorro Silva Machado, no bairro Paratibe. “Temos necessidade de ter jovens lideranças. Eles têm um jeito peculiar para se comunicar e têm grande familiaridade com as ferramentas das mídias sociais. Portanto, daremos condições de conhecer, saber e prepará-los para a discussão sobre vacinas. Com isso, eles estarão divulgando informações com conteúdos e falando de igual para igual. E esperamos, principalmente, que haja um impacto positivo em cima das fakes news e do sucesso vacinal”, destacou Maria de Lourdes Sousa Maia, coordenadora da Assessoria Clínica de Bio-Manguinhos e do Projeto de Reconquista das Altas Coberturas Vacinais.

Foram previamente selecionados 30 jovens, representantes de nove favelas de João Pessoa, que serão capacitados com conteúdo técnicos e teóricos sobre produção audiovisual, desinformação e comunicação voltada a saúde pública, com foco na vacinação. A partir desse curso, os ‘Jovens Repórteres’ serão semeadores de informação e poderão produzir vídeos e áudios dentro da própria comunidade.

“A gente precisa vacinar. Doença mata e vacina salva. É isso que precisamos saber e é dessa forma que esses jovens vão trabalhar, divulgando fatores reais, principalmente dentro das comunidades, tratando as informações também com preceitos do SUS de equidade. Assim, como a assistência, oferecendo mais a quem mais precisa”, completou a coordenadora do projeto.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) terá seus serviços como campo de atuação para busca de informações e divulgação nas comunidades.

Jovens Repórteres – Os jovens selecionados, que possuem idade entre 15 e 29 anos, participaram de processo no qual tiveram de enviar um vídeo de 2 minutos explicando seu interesse em fazer parte da iniciativa, encaminhar um áudio abordando a importância da vacinação, assim como uma foto do território onde vivem. A partir disso, todo o material foi analisado pela comissão de seleção constituída por integrantes indicados pela Cufa e pelo PRCV, até chegar aos 30 selecionados.

Lorranny da Silva Teófico, de 18 anos, é uma das participantes da oficina e revelou o que a levou a se inscrever no projeto. “Além de ter um sonho de ser repórter, resolvi participar porque vejo que posso contribuir com a produção de conteúdo dentro da minha comunidade, com informações sobre a importância do cuidado, da prevenção por meio da vacinação e outras questões de saúde, tudo isso com um olhar diferenciado”, disse entusiasmada.

Cada jovem recebeu um aparelho celular para gravação, edição e envio do conteúdo a ser produzido durante os dias de oficina. Também está prevista o pagamento de uma ajuda de custo mensal, entre os meses de fevereiro e julho de 2023, para transporte, alimentação, internet e cobertura de outras despesas.

Finalizadas as atividades presenciais, a equipe do Canal Saúde continuará acompanhando a equipe de jovens, de forma remota, de acordo com as demandas identificadas no processo de formação. Os vídeos serão veiculados em listas de transmissão para moradores e lideranças das comunidades. Além disso, estarão disponíveis na Plataforma Interativa de Jovens Repórteres, que faz parte do portal #VacinarParaNãoVoltar”, em construção.

Meta ultrapassada – Em 2022, os profissionais de saúde de João Pessoa participaram de uma capacitação pela reconquista das altas coberturas vacinais, ministrada pelo Instituto Bio-Manguinhos/Fiocruz, que foi incentivador e mobilizador para os resultados na última Campanha de Vacinação contra Poliomielite. A capital paraibana foi a primeira cidade a alcançar e ultrapassar a meta de prevenção determinada pelo Ministério da Saúde (MS), com 95,7% das crianças imunizadas.

“O grande impacto dessa capacitação que houve em setembro é que João Pessoa foi a única capital do Brasil que atingiu a cobertura de 95%. O que trazemos é o olhar de fora e de compreender que temos a capacidade de reconquistar as altas coberturas vacinais. Precisamos pensar juntos estratégias e conversar continuamente com quem está na ponta, com quem faz na assistência. Todas as estratégias foram e são construídas juntas, mas não podemos relaxar, temos que acompanhar e monitorar toda a cobertura de rotina nas redes e nos serviços”, ressaltou Maria de Lourdes Sousa Maia.

Projeto – Desde setembro de 2021, o PRCV vem atuando nos estados do Amapá e da Paraíba, tendo contribuído para que estes estados fossem os primeiros da federação a alcançar a meta de 95% de crianças vacinadas na Campanha Nacional contra a Poliomielite. O grande diferencial do PRCV é a construção de um Pacto Social pela Vacinação, tendo como protagonistas os estados e municípios, contando com a mobilização de redes locais de apoio compostas pelo poder público, universidades, movimentos sociais e organizações representantes da sociedade civil.

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