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Agevisa ressalta combinação fatal entre tabagismo e Covid e diz que fumante é mais vulnerável à doença

As autoridades de saúde vêm alertando para o aumento crescente de casos de Covid-19 e também de mortes provocadas pela doença. Nesse cenário, a Agência Estadual de Vigilância Sanitária recomenda a retomada (pela população) de cuidados preventivos como uso de máscaras de proteção respiratórias, distanciamento social e reforço da higiene pessoal e dos ambientes mediante utilização de álcool (a 70%) e solução de hipoclorito (50 ml de água sanitária para cada litro de água).

 

Outro cuidado especial, de acordo com Geraldo Moreira de Menezes (diretor-geral da Agevisa/PB), está relacionado ao tabagismo, que tem papel de destaque no agravamento da Covid-19, sendo considerado um fator de risco para as formas mais graves da doença. Segundo ele, os fumantes são mais vulneráveis à infecção pelo coronavírus porque o ato de fumar proporciona constante contato dos dedos (e possivelmente de cigarros contaminados) com os lábios, aumentando a possibilidade da transmissão do vírus para a boca.

 

Momento Agevisa – O assunto foi tema de entrevista concedida pela diretora-técnica de Ciência e Tecnologia Médica da Agevisa/PB, Helena Teixeira de Lima Barbosa, à Rádio Tabajara. Durante o informativo semanal Momento Agevisa, disponível em https://agevisa.pb.gov.br/servicos/audios/298-edicao-de-17-de-novembro-de-2022-tabagismo-e-covid-19-2013-uma-combinacao-fatal.mp3, Helena destacou, entre os principais fatores que relacionam o tabagismo à Covid-19, o contágio provocado pelo compartilhamento (entre os fumantes) de cigarros, piteiras, mangueiras (no caso dos narguilés) e outros dispositivos manipulados pelos dedos e levados diretamente à boca, provocando a troca de salivas e a consequente transmissão do vírus, no caso de haver pessoas infectadas entre os compartilhadores.

 

“O uso desses produtos favorece a transmissão do coronavírus entre seus usuários e para a comunidade, além de causar diferentes tipos de inflamação e prejudicar os mecanismos de defesa do organismo”, explicou. E acrescentou: “Os fumantes apresentam maior risco de infecções por vírus, bactérias e fungos, e são acometidos com maior frequência de doenças como sinusites, traqueobronquites, pneumonias e tuberculose. Por isso, o tabagismo é apontado como fator de risco para a Covid-19, além de funcionar como agravante da doença devido a um possível comprometimento da capacidade pulmonar”.

 

Segundo o Inca, diversas pesquisas identificaram que, entre os pacientes com pneumonia por Covid-19, as chances de progressão para formas mais graves da doença, como insuficiência respiratória e morte, foram significativamente maiores em fumantes do que entre não fumantes. Conforme Helena Teixeira, isso acontece provavelmente porque, em geral, os fumantes já apresentam doenças pulmonares ou capacidade respiratória reduzida, além de complicações cardiovasculares relacionadas ao tabagismo. Outra possível explicação seria o impacto nocivo que as substâncias tóxicas da fumaça dos produtos derivados do fumo ocasionam no sistema imunológico dos fumantes, tornando-os mais suscetíveis a desenvolverem infecções virais, bacterianas e por fungos.

 

Outras enfermidades graves – Helena Teixeira ressaltou que os fumantes (ativos e passivos) têm aumentado o risco de complicações de dezenas de enfermidades, dentre as quais doenças cardiovasculares isquêmicas, infarto do miocárdio, derrame cerebral, problemas respiratórios (bronquite e enfisema) e diversos tipos de câncer.

 

“O tabagismo – continuou a diretora-técnica da Agevisa –, é uma doença crônica causada pela dependência à nicotina presente nos produtos à base de fumo; é apontado como maior fator de risco evitável de adoecimentos e mortes no mundo, e se constitui numa condição importante para complicações da Covid-19 e de todas as doenças do trato respiratório e coronário, uma vez que a fumaça e o vapor (no caso dos cigarros eletrônicos) dos produtos derivados do fumo afetam diretamente o sistema imunológico, além de contribuir para as infecções virais e bacterianas em face da presença de milhares de substâncias tóxicas nocivas à saúde”.

 

Vício mortal – Em 2020 o Inca publicou Nota Técnica detalhando a relação do tabagismo com a Covid-19. Para Helena Teixeira, o tamanho da importância da publicação é imenso, considerando que, na fase mais crítica da doença, há um grave comprometimento da função respiratória que pode causar a morte da pessoa infectada, e que o tabagismo contribui decisivamente para o agravamento das deficiências de ordem respiratória.

 

“É importante lembrar que o tabagismo também é considerado uma pandemia e que, conforme o Inca, é responsável por mais de oito milhões de mortes ocorridas anualmente no mundo (incluindo fumantes ativos e passivos). No Brasil, por exemplo, aproximadamente 450 pessoas morrem por dia em decorrência do uso de produtos derivados do fumo”, observou a diretora-técnica.

 

Alertando a população sobre a capacidade de matar do tabagismo, associando-a ao poder mortal do coronavírus, Helena Teixeira disse ser importante que cada vez mais pessoas tomem consciência de que o vício de fumar é um problema de saúde coletiva que precisa ser combatido com a mesma seriedade com que se enfrenta, desde o início de 2020, a ação letal da Covid-19.

 

Preocupação mundial – A relação entre tabagismo e Covid-19 vem sendo ressaltada com frequência pelos órgãos de saúde do Brasil e do mundo, já que a exposição às milhares de substâncias tóxicas presentes na fumaça do cigarro aumenta os riscos de contrair a Covid-19, além de favorecer ao agravamento do quadro de saúde das vítimas da doença, ainda provoca inúmeras outras patologias igualmente letais, com destaque para o câncer de pulmão.

 

O tema “tabagismo” é destaque não só no Calendário Nacional de Saúde, mas no Calendário de Saúde da Paraíba, que tem a data de 15 de março como Dia Estadual de Combate ao Fumo (nos termos da Lei nº 8.356/2007), e envolve todos os órgãos ligados à Secretaria de Estado da Saúde, incluindo a Agevisa, onde a questão é competência da Diretoria Técnica de Ciência e Tecnologia Médica e Correlatos.

 

Segundo a diretora-técnica Helena Teixeira, pessoas que não fumam, mas moram ou convivem com fumantes, também sofrem agressões pulmonares que as tornam mais vulneráveis a infecções respiratórias e, possivelmente, às complicações da Covid-19. “Devido ao distanciamento social, o tempo passado dentro de casa aumentou significativamente. Por isso, é importante lembrar que quem fuma em casa faz com que seus companheiros, filhos, demais familiares e até mesmo animais também fumem, tornando-os fumantes passivos e comprometendo a saúde de todos”, enfatizou.

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