Na noite desta terça-feira (09), o diretor de fiscalização do Conselho Regional de Medicina do Estado da Paraíba (CRM-PB), Bruno Leandro de Souza, reuniu-se com diretores e médicos do Complexo Hospitalar Mangabeira Tarcísio Buriti (Trauminha), em João Pessoa, para discutir os graves problemas que o hospital vem passando. Ainda esta semana, o CRM-PB deverá se reunir com o secretário municipal de saúde, Fábio Rocha, para traçar um plano de ação com cronograma, com o intuito de que as falhas sejam resolvidas o quanto antes.
“O hospital tem problemas crônicos que persistem há anos. Fizemos uma reunião extensa com os médicos que estão no dia a dia do hospital e que conhecem bem essas questões. Um equipamento de saúde como o Trauminha não pode ficar na situação em que está. O Conselho pretende acompanhar de perto esse plano de ação para que o hospital preste um atendimento adequado à população e ofereça condições de trabalho dignas”, disse Bruno Leandro.
Conforme relato dos médicos, há falta de insumos básicos no Trauminha como lâmina de bisturi, luvas de procedimento, fios de sutura, cateter intravenoso, dentre outros. Os profissionais também afirmaram que o hospital não tem condições de agendar alguns tipos de procedimentos, como as cirurgias de cabeça e pescoço, por não possuir equipamentos e medicamentos especiais para tais operações. Muitas vezes faltam também antibióticos e outros remédios.
“Estruturalmente, o hospital vem passando por reformas, que já trouxeram algumas melhorias. Mas ainda há muita coisa a ser feita e resolvida”, completou o diretor de fiscalização do CRM-PB. Ele ainda ressaltou que apenas neste ano de 2021, o CRM-PB já fiscalizou o Trauminha sete vezes e vem intermediando soluções com os gestores.
A reunião desta terça contou com a presença dos diretores geral e técnico do hospital, além de coordenadores da Unidade de Terapia Intensiva, de cirurgia de cabeça e pescoço, de cirurgia geral, da psiquiatria, do centro de diagnóstico e da clínica médica.
Relatório da última vistoria – Em agosto deste ano, em parceria com os Ministério Público Federal e Estadual, o CRM-PB fez mais uma fiscalização no Trauminha. Conforme o relatório de fiscalização foi verificado que a disponibilidade de medicamentos e insumos básicos para o exercício da medicina continuava em nível crítico, com medicamentos prescritos que não estavam sendo administrados nos pacientes e sem estoque na farmácia central. Também foi constatada superlotação, com pacientes com fraturas de extremidades internados em leitos de observação e urgência, alguns em poltronas, aglomerados. Ainda havia superlotação na Unidade de Recuperação Pós-Anestésica (URPA), com quantidade de pacientes superior ao número de leitos. Na URPA também foi verificada a falta de equipamentos para monitorização adequada em quantidade suficiente.