Demétrius Faustino
Não bastasse a crise da pandemia ter colocado as pessoas com os nervos à flor da pele, e por conseguinte, apesar da sua forte capacidade de superação, ingerir problemas emocionais de toda sorte, como angústia, ansiedade, agressividade e até mesmo falta de ar em horas inesperadas, gerando um quadro potencializado, vem um chefe de estado, em pleno Dia Pátria, cujo conceito traz implícita a ideia de unidade, querer fazer existir um Estado impondo uma diretriz ao pensamento coletivo.
Nesse angustiante Dia da Pátria de 2021, nunca em nossa História a democracia foi tão clara e veementemente atacada de forma pública e reiterada por um chefe da nação.
A fala absurda de Bolsonaro, incitou seus militantes, como blogueiros e caminhoneiros, a se sentirem estimulados a propor banalidades, o que poderá ter sérias consequências. Num futuro próximo, se assim continuar, vai ser o país do linchamento, apesar de já ocorrer no Amazonas.
Na verdade, o fanatismo no Brasil já se transformou em violência, e a crise continua, sendo certo que nesse próximo passado dia da Independência, esse fanatismo apagou a memória da luta pela independência, pois o que se viu tão somente, foi um presidente postar-se numa posição de ameaças e de um excesso indesejável, sem virtude e sem equilíbrio.
Ato contínuo, e como se tivesse saído de um pesadelo, esse governante que trata a Covid-19 como um leve dissabor e, por um ano, não tomou providências para combatê-la, apresenta uma carta de recuo dos ataques feitos ao STF, missiva esta escrita pelo ex-presidente Michel Temer, onde seus seguidores de reação mais conservadora, chegam a afirmar que se trata apenas de uma estratégia. Pasmem!!!
Ora, é evidente que esse Messias não possui a capacidade de imprimir uma senda de acordos, mediação e distensão entre os poderes, e, portanto, não seria agora, já que a vida inteira viveu de tensão, abalos profundos, reações incontroláveis.
Em artigo publicado, alguém já disse, e é verdade, que “o presidente da República tem medo, medo da verdade própria da política e da democracia. Comete um erro que dele fará grande vítima do equívoco que comete todos os dias. O erro é o de convocar as multidões para dar-lhe o raivoso apoio de que julga carecer para sustentar-se no poder e na concepção autoritária e antidemocrática de poder que o inspira”.
Sr. Presidente! os verdadeiros brasileiros querem e precisam de paz, e não pronunciamentos criminosos e de imensa gravidade.
João Pessoa, setembro de 2021.