Todo paciente tem uma espécie de diário. É o prontuário médico, onde são registradas as questões técnicas de saúde, como medicamentos e exames. Além desse prontuário convencional, nos hospitais próprios da Unimed João Pessoa foi implantado o Prontuário Afetivo. Nele, são registradas as preferências pessoais dos pacientes para aumentar, ainda mais, o vínculo com os profissionais de saúde que os atendem diariamente e para que a internação seja a melhor possível.
Implantado neste primeiro momento nas Unidades de Terapia Intensiva do Hospital Alberto Urquiza Wanderley e do Hospital Pediátrico Unimed, o Prontuário Afetivo é preenchido com a ajuda do paciente ou de um familiar. São registradas informações como as pessoas mais importantes da vida do paciente, o estilo musical, a música preferida, o que mais gosta de comer, como prefere ser chamado e o que costuma fazer para se divertir.
Esses dados são considerados tão importantes quanto os do prontuário tradicional. Com eles, médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas e a equipe de experiência com o cliente podem ajudar a deixar o tempo de internação do paciente muito mais agradável e com maior bem-estar.
Vínculo reforçado – De acordo com a psicóloga Allana Meireles, coordenadora de psicologia dos hospitais Alberto Urquiza Wanderley e Pediátrico, o Prontuário Afetivo é um projeto para reforçar ainda mais o vínculo entre paciente, familiares e a equipe assistencial.
Muitas vezes com a rotina dinâmica e momentos difíceis, a maioria dos profissionais de saúde não conhece a história de vida de seus pacientes. “A finalidade é mostrar que estamos cuidando do amor de alguém, que aquela pessoa é a esposa, a mãe, a filha, a avó, e o tempo que ela estiver internada na nossa instituição será muito bem tratada por todos”, garantiu Allana.
A psicóloga disse ainda que a iniciativa é um resgate da afetividade das relações humanas e também contribui para uma assistência mais humanizada. “O paciente pode saber como é querido e amado, não só pela sua família, mas também ter certeza do cuidado e carinho por parte da equipe assistencial”, enfatizou.
Humanização – Essa prática tem feito a diferença para os pacientes, como Arenilson José Moreira, 56 anos, internado para tratar de uma pneumonia. Muito ativo, o advogado e comerciante disse que o Prontuário Afetivo é um grande diferencial na internação. “Em uma UTI, a gente fica muito fechado, parecendo até um prisioneiro. Achei interessante eles saberem esses detalhes, conversar com a gente sobre isso. Me senti mais acolhido”, contou Arenilson.
Ele disse ainda que as conversas sobre amenidades com a equipe ajudam a acalmar. “Conversamos sobre forró, como eu gosto de trabalhar e também das minhas ‘Cristinas’, que são minha mãe e minha esposa”, comentou o paciente.