Representantes das Forças de Segurança Pública e da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), do Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool na Paraíba (Sindalcool) e outras entidades ligadas ao agronegócio local se reuniram, nesta terça-feira (31) pela manhã, para discutir ações conjuntas de combate ao crime no perímetro rural.
A reunião contou com a participação do secretário de Segurança Pública da Paraíba, Jean Nunes, que esteve acompanhado de comandantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros e de dirigentes da Polícia Civil, de produtores de cana e industriais, a fim de definir uma pauta de trabalho conjunto, com o objetivo de reduzir a criminalidade, com ênfase no entorno de propriedades rurais localizadas em Alhandra, Pedras de Fogo, Mamanguape e Santa Rita, municípios onde há maior registro de ocorrências.
Como primeira ação efetiva neste sentido, foram formados grupos de trabalho, por regiões geográficas, sob a coordenação dos comandos locais. “A gente irá fornecer as informações e as forças de segurança pública traçarão os planos de ação e combate”, explica o presidente da Asplan, José Inácio. A implantação de sistemas de videomonitoramento, via rádio, nos pontos mais críticos, é outra solução que deverá ser implantada neste esforço conjunto. A iniciativa privada entraria com os investimentos para instalação dos sistemas que serão operados pelas Forças de Segurança.
Segundo o secretário Jean Nunes, a ideia é somar esforços e formar uma rede protetiva de apoio com o objetivo de inibir as ocorrências e reduzir a criminalidade na zona rural. “Nós não corremos do problema, pois somos a solução nesta questão de combate à criminalidade, que ganha um reforço significativo quando há uma contribuição efetiva, como agora, da sociedade civil, no sentido de municiar as forças de segurança com informações que possam ajudar nossa inteligência a ser ainda mais resolutiva e nos apoiar em outras ações”, disse o secretário, reforçando ainda a necessidade do registro oficial das ocorrências, que é o que baliza e norteia as ações policiais.
José Inácio, por sua vez, ressaltou a importância de contar com as forças de segurança pública na promoção de ações que tranquilizem o homem do campo. “O medo tomou conta da gente, mas não podemos cruzar os braços e temos que buscar o apoio das forças de segurança para resolver esse problema, até porque isso é uma prerrogativa exclusiva da polícia, e é isso que estamos fazendo aqui. Discutindo formas de ajuda mútua para que possamos restabelecer a tranquilidade no meio rural”, reiterou.
A produtora canavieira Simone Rangel reforçou a importância de ações mais efetivas da polícia no segmento rural. “Confiamos nas forças de segurança e estamos aqui na tentativa de unir esforços para termos mais assertividade e proatividade nesta questão do combate à criminalidade”, disse ela.
O coronel da PM Anderson Benevides, também presente ao encontro, destacou a importância desta união de forças entre o poder público e a iniciativa privada. “Quando a rede de contatos entre a polícia e a sociedade, neste caso, os produtores rurais e industriais, acontece de forma mais efetiva e colaborativa, a rede protetiva se fortalece e se expande”, disse ele. A mesma referência foi feita pelo delegado geral da Polícia Civil, André Rabelo. “O Estado precisa da iniciativa privada e vice-versa e a união de forças só tende a fortalecer as ações de combate à criminalidade”, destacou ele.
O coronel Paiva Neto, do Corpo de Bombeiros da Paraíba, destacou a importância da colaboração dos produtores na questão do combate às queimadas criminosas. “Quando começamos a trabalhar de forma conjunta, a partir das informações dos produtores, tivemos mais assertividade no combate aos incêndios criminosos, isso vale também em relação à questão dos assaltos e roubos, pois é também a partir dos relatos e das informações passadas que a gente age de forma mais direcionada”, afirmou ele, lembrando que isso vale também no combate aos roubos de transformadores, fios e outros equipamentos na zona rural.
O representante das indústrias sucroenergéticas paraibanas, Gilvan Cavalcanti, diretor da Miriri, enfatizou que é preciso reforçar as ações de segurança pública para dar mais tranquilidade à comunidade que atua nas indústrias sucroenergéticas locais. “Nós, por exemplo, representamos um contingente de cerca de 1.700 trabalhadores, de cerca de seis mil pessoas, que habitam uns cinco municípios e precisamos ter mais tranquilidade para trabalhar e transitar. Penso que ao aproximarmos nossas ações e unirmos nossas forças, principalmente usando a inteligência, combateremos de forma mais efetiva a violência e a criminalidade no campo”, reforçou Gilvan.
O diretor técnico da Asplan, Neto Siqueira, alertou para pontos críticos de acontecimento de assaltos no entorno da bacia hidrográfica (Gramame, Mumbaba e Mamuaba), lembrando que e necessário que as forças de segurança tenham atenção especial, principalmente de quinta a domingo, quando acontece maior fluxo de pessoas naquela localidade para os banhos. O vice-presidente da Asplan, Raimundo Nonato, externou sua felicidade de, pela primeira vez na história da Paraíba, a Asplan estar recebendo tantas autoridades de Segurança Pública, de uma só vez. “Estou muito feliz de identificar aqui representantes do poder público compromissados com a sociedade civil e dispostos a cumprirem seu papel de combate à criminalidade”, disse Nonato.