O tempo passa de várias formas. O tempo passa porque nós passamos. Passa também para esse lugar chamado João Pessoa, que já nasceu cidade, e que é considerada a terceira capital mais antiga do Brasil. São 436 anos de beleza, hospitalidade e tradição cultural.
Nessa cidade onde a maioria das praias não são poluídas, não tem pedras, as águas são serenas e tépidas e os peixinhos assinalam comparecimento em suas piscinas naturais, o que mais lhe caracteriza e marca é a sua orla urbana com seus prédios baixos e um mosaico de casas, e esse verde que chega a doer das águas de Tambaú, como diria Cátia de França. Sem esquecer do Parque Sólon de Lucena com seu cartão postal nº 01 que é a Lagoa, apesar das muitas intervenções.
Nessa cidade repleta de parques e áreas verdes, a exemplo do Parque Arruda Câmara; da produção do artesanato, não é necessário se distanciar das sombras pois não há reflexos de edificações verticais em sua orla, já que uma lei nos dá a graça de não consentir a construção de prédios maiores de 3 andares na beira mar, permitindo assim que o seu vento suave circule por todos os cantos, recantos e encantos oferecendo um clima mais ameno, e quando chega o verão o sol é aproveitado o dia todo. Aliás, é aqui onde o sol quase sempre nasce primeiro no continente, e por isso é considerada a “Porta do Sol” das Américas, e a Ponta do Seixas o ponto mais oriental.
Sem esquecer que além das belas praias, dos parques e do Jardim Botânico, e de um riquíssimo centro histórico, a cidade em certo período fica repleta de acácias com seus tons amarelos, no que lhe reserva o direito de também ser alcunhada de Cidade das Acácias.
Você que gosta de viver nesse mundo desterritorializado, virtual e ilógico que chamam pós-modernidade, do estar em todos os lugares e não estar em nenhum, saia dele, deixe de ficar entretido nesse mundo, falando sozinho na frente da câmera do computador, e venha visitar a Capital da Paraíba, desfrutar do universo pessoense, que tem o dia a dia marcado pela paisagem que forma um panorama com o sol e o mar.
Venha conhecer o dente redondo (RIO SANHAUÁ), que de modo ocasional foi onde tudo começou, onde o poeta Lúcio Lins define à beira de lágrimas que de um lado o mundo é mangue, do outro lado o mundo é longe – vê-se o mar! quanto sonho há no rio de ser mais que rio, de ser mais que mar.
Parafraseando o poeta mineiro: No rio estava escrito uma cidade.
A seguir, nossa homenagem a cidade que nos acolheu:
JOÃO PESSOA
(DEMÉTRIUS FAUSTINO)
FOI VOCÊ QUE ME DEU O TOM
ME MOSTROU A COR DO SOM
E COMO PISAR NO CHÃO
VOCÊ É FESTA DAS NEVES
FEIRINHA DE TAMBAÚ
É CEM RÉIS, É ARTESANAL
É SEIXAS, O MEU PONTAL
É MEU NORTE, É MEU SUL
VOCÊ É MEU PÔR DO SOL
RESTINGA DO JACARÉ
É A LADEIRA DA AREIA
O VERDE QUE DOI NA RETINA
É MEU LARGO DA LAGOA
A POESIA QUE ESCREVO
MINHA MÚSICA, O MEU FREVO
NÃO É MARIA, É JOÃO PESSOA
FILIPÉIA DO MEU CARINHO
FREDERICA MINHA CANÇÃO
SE TRANSFORMOU EM PESSOA
EM NOME DE UM TAL JOÃO.
João Pessoa, 05 de agosto de 2021.