O Instituto Brasileiro do Fígado (Ibrafig), vinculado à Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH), estima que cerca de um milhão de pessoas têm hepatites virais no Brasil, mas desconhecem esse fato. Um dos motivos para a desinformação é que, por serem patologias que evoluem de maneira silenciosa, o indivíduo só percebe que está doente quando há alguma complicação, como cirrose ou mesmo câncer de fígado.
Para informar e sensibilizar a população a respeito das hepatites B e C, foi estabelecido o Dia Nacional de Combate à Hepatite, em 28 de julho, mas as ações dos órgãos de saúde acontecem durante todo o mês, chamado de “Julho Amarelo”. “É preciso conscientizar as pessoas e mostrar a necessidade de realizarem os testes diagnósticos, que podem ser solicitados por qualquer médico do serviço público ou em consultório particular”, explica a gastroenterologista Maria de Fátima Duques de Amorim, médica cooperada da Unimed João Pessoa e presidente da Sociedade de Gastroenterologia da Paraíba (SGPB).
Os tipos mais comuns — hepatites B e C — podem ser totalmente assintomáticas, tornar-se crônicas e um percentual dos pacientes evoluir para um quadro mais grave. “O fato de não apresentarem sinais faz com que, muitas vezes, as pessoas sejam diagnosticadas tardiamente”, alerta a médica.
Prevenção – No caso da hepatite B, o contágio pode acontecer por via sexual – e transmitida de mãe para filho, quando não há acompanhamento pré-natal adequado. Por isso, é considerada uma infeção sexualmente transmissível. As principais formas de prevenção são a utilização de preservativos durante a relação sexual e a vacinação.
Para o tipo C, porém, não existe imunização e a contaminação pode acontecer pelo compartilhamento de material perfurocortante, que tenha contato com sangue infectado. “Recomenda-se utilizar instrumentos descartáveis – ou bem esterilizados – para cirurgias, tratamentos dentários, acupuntura, tatuagens, manicure e outros”, orienta Fátima Duques.
Novos tratamentos — Fátima Duques informou que existem protocolos internacionais e nacionais que orientam os especialistas. “A maior revolução nos últimos tempos foram os novos medicamentos desenvolvidos contra a hepatite C, que têm excelentes resultados, com alto percentual de cura, curta duração e raros efeitos colaterais”, comemora.
Atualmente quem trata esta patologia são hepatologistas, infectologistas e gastroenterologistas, mas segundo a médica, a tendência é que esta terapia possa ser realizada por clínicos e outras especialidades. “Isso poderá trazer mais acesso à população que precisa ser medicada”, ressalta.
Evento on-line nesta quinta – Para falar sobre essas novidades, a Sociedade de Gastroenterologia da Paraíba vai realizar um evento on-line nesta quinta-feira (8), às 19h30, sobre o tratamento da hepatite C. A programação conta com apresentações de Fátima Duques e dos hepatologistas Carlos Brandão, Eduardo Mello (Rio de Janeiro) e Hugo Cheinquer (Rio Grande do Sul).
“A SGPB pede aos colegas gastroenterologistas, hepatologistas, bem como o de outras especialidades que se interessam pelo tema, que apoiem e abrilhantem com sua presença além de ajudar a divulgar”, convida Fátima Duques. “Conto com todos nesta luta contra as hepatites virais!
Para participar, o profissional de saúde deve clicar no link que consta no convite enviado pela SGPB. Outras informações no Instagram da sociedade: @gastro.pb.