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O FUTEBOL E A PANDEMIA – Leia o novo artigo de Demétrius Faustino

Alguém já disse que quando estiver dentro da igreja, ajoelhe-se; numa festa, comemore; durante um beijo, apaixone-se; de frente para o mar, dispa-se; reencontrou um amigo, escute-o; no estádio de futebol, grite pelo seu time. (Grifo nosso).

O escritor francês Albert Camus, vencedor do prêmio Nobel de Literatura de 1957, em um de seus escritos faz uma confidência que se tornou extremamente famosa: O que finalmente eu mais sei sobre a moral e as obrigações do homem devo ao futebol…

Camus que atuou na Resistência Francesa durante a Segunda Guerra Mundial, foi goleiro e chegou a jogar por uma seleção universitária. Sempre foi um apaixonado pelo futebol e pela liberdade.

No caso do Brasil, Nelson Rodrigues que como todos sabem, conceituou a nossa seleção como “a pátria em chuteiras”, delineou no futebol uma série de sentidos ligados à emaranhada construção ideológica da nação brasileira.

O percurso do futebol brasileiro, do fracasso na Copa de 50 à conquista do tricampeonato mundial em 70, torna-se, aos olhos de Nelson Rodrigues, uma longa briga para resolver em um final triunfante e feliz o desígnio do homem e da nação brasileira.

Assim sendo, cremos que o futebol nos ensina muito e pode nos ensinar ainda mais, notadamente às crianças e aos jovens, apesar de que, atualmente, nessa arte está faltando calor, pois, infelizmente, enquanto estivermos assolados pela pandemia do novo coronavírus, ela não brilha, em razão dos estádios vazios. Um esporte capaz de levar multidões aos estádios, neste momento espelha arquibancadas vazias e milhões em frente à televisão. Mas há que se atender ao isolamento social e respeitar às medidas preventivas.

Pois bem. Apesar da paixão do povo brasileiro pelo futebol, a ponto de trocar de cônjuge, casa ou trabalho, mas a paixão por essa modalidade esportiva permanece intocada, e que serve inclusive de espelho para a nossa diversidade, nesse momento de pandemia, na qual os números valem mais do que vidas (como se houvesse números sem vidas), e o mundo carece de piedade, é inadmissível a realização no Brasil, de campeonatos, torneios de futebol, e principalmente da Copa América que desembarcou no Brasil com nove seleções estrangeiras, e com até 65 pessoas em cada uma das delegações. E não é necessário fazer um exame de consciência e perquirir se o atual estado de coisas permite essas realizações.

Pode-se até perguntar: Mas se tem futebol rolando pelos torneios nacionais de clubes no Brasil, é possível atribuir à Copa América uma ameaça maior à saúde da população brasileira?

O que se pode dizer é que está comprovado que o número de infectados após a largada da Copa América, representa uma elevação em relação aos dados da véspera.

Sem esquecer da comprovação do prejuízo no valor de US$ 15 milhões, cerca de R$ 74 milhões de reais e, também, de US$ 25 milhões, em torno de R$ 123 milhões, no que é perfeitamente lógico, pois a ausência de público, menor quantidade de patrocínios e a queda de visibilidade da Copa América, são entre os vários fatores que acarretaram no dano que a competição está sofrendo.

Alguém já disse que ‘o vírus vai levantar a taça’ da Copa América.

Sabemos que esse tema não é recente, mas esse belíssimo presente de grego, segue dando o que falar…

João Pessoa, julho de 2021.

Fábio Augusto
Fábio Augustohttps://pautapb.com.br
Formado pela Universidade Federal da Paraíba em Comunicação Social, atua desde 2007 no jornalismo político. Passou pelas TVs Arapuan, Correio e Miramar, Rede Paraíba de Comunicação (101 FM), pelas Rádios 101 FM, Miramar FM, Sucesso FM, Campina FM e Arapuan FM.

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