Nesses tempos excêntricos em que estamos vivendo, onde no Brasil é visível um populismo rude, ignorante, que assombra o povo e afunda a economia do país, até a seleção brasileira de futebol está em decadência técnica, seleção esta que um dia foi orgulho para toda a nação.
Nem os cronistas esportivos escrevem apenas sobre futebol, e isto por falta de assunto pertinente, pois foi-se o tempo em que o futebol brasileiro conquistou os seus maiores troféus internacionais, e a admiração do mundo inteiro, pelo seu futebol arte.
Havia comentários a fazer de sobra, no tempo em que Garrincha, Didi, Pelé, Tostão, Gerson, Rivellino, Zico, Romário, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e tantos outros maravilhavam os estádios e todo o nosso planeta.
Ao contrário desse tempo, em que os cronistas escreviam e falavam apenas sobre futebol no sentido literal da palavra, hoje estão obrigados a debruçar-se sobre escândalos nacionais e internacionais, envolvendo a CBF e a FIFA, por exemplo, em razão da falta de assunto sobre esse esporte predileto da maioria da população mundial, como antes afirmado. Cremos que até mesmo o jornalista Mario Filho que não só escreveu parte da história do futebol brasileiro, como também ajudou a construí-la, também não teria assuntos sobre o futebol propriamente dito nos dias de hoje.
A poeira da corrupção erguida pelos cartolas, a infelicidade de outros tantos e a prisão de alguns, obrigaram os jornalistas esportivos a tratar outras matérias, inclusive do episódio policial envolvendo o jogador Neymar. Se bem que o caso está cingido de detalhes que só interessaram a polícia no decorrer do inquérito, além de mal explicados por quem o acusa.
Nosso futebol precisa de uma revolução para que os jovens que têm uma certa tendência a acreditar que o mundo e a história começam quando eles nascem, possam olhar para trás.
Eles precisam saber que já fomos muito bons em futebol e, mormente, que existiram diversos craques superiores inclusive a Neymar. Foram superiores em tudo: comportamento, disciplina, devoção, respeito ao torcedor, técnica refinada e títulos conquistados.
Está na hora do Tite falar menos, deixar de gritar na beira do gramado, pois a redundância de ordens acaba por tolher a criatividade, e a Seleção jogar para convencer, e não só para vencer, pois Copa do Mundo é outra dimensão.
João Pessoa, fevereiro de 2021.