Ganhou certa força neste segundo turno e encontrou algum eco um difuso movimento VOTO NULO na disputa eleitoral em João Pessoa.
Inicialmente e timidamente restrito a personalidades da disputa (dos 12 candidatos derrotados, apenas um explicitou escolha no segundo turno), o fluxo avançou sobre cidadãos comuns e, creiam, até partidos, ganhando contornos ainda mais radicais.
Vejam bem, longe de querer estar aqui para ingerir em consciência, ou deslegitimar direito de seu ninguém, mas a questão é, no mínimo, insólita.
Partidos políticos, a ponta de lança do processo democrático de representação via voto, sabotando o sistema em que participaram no turno anterior?!?! Além de contraproducente, é um claro desserviço democrático.
Percebam que estou falando de campanha por voto nulo e não apenas declarar neutralidade, “lavar as mãos”, ou coisa do tipo. Surreal…
Nem adentro o mérito das questões, motivações, rejeições a A ou B. Fato é que, em política, sempre irá sim existir momentos de recuo, de releitura do tabuleiro, ou mesmo de opção “menos pior”.
Cícero Lucena tem seus pecados pretéritos, talvez originais, que sejam…
Mas Nilvan Ferreira representa o populismo pautado no engodo, justiçamento social, soluções fáceis e mirabolantes, toque mágico com vara de condão para resolver problemas midiaticamente. A mesma mágica que faz cópia parecer original, se é que me entendem??
“Ah, mas Bolsonaro deve se filiar ao partido de Cícero”. Talvez, mas Cícero, ainda assim, será menos, muito menos bolsonarista do que Nilvan e sua declarada defesa anos a fio, alinhamento às idéias e posturas do presidente, ou qualquer outra coisa que tentem impor…
Repito, independente das enormes diferenças de um ou outro com Cícero, inclusive críticas a gestões anteriores etc, o ex-prefeito tem apreço ao jogo democrático que não cabem no Emedebista. Cícero nunca falou em fechamento de instituições, apenas como exemplo. E esse princípio elementar, inegociável de democracia, não era a “bola do jogo” cantada em verso e prosa até ontem??
Ô povo pra mudar rápido!
Nilvan é aquele que com o microfone nas mãos era a “palmatória do mundo”, mas bastava ser confrontado por uma série de investigações de crimes de empresas suas, perdia as estribeiras, parte para o ataque com dedo em riste, ameaça, confronta, grita e esperneia.
Portanto amigos daqui, ou de lá, respeito integralmente o direito de conduzirem a postura como bem entenderem, mas arrumem uma roupagem melhor para legitimar a própria omissão, ou pior, obstacular o processo democrático. Porque, inapelavelmente teremos algum prefeito sentado na cadeira no dia primeiro de janeiro!
E guardadas as proporções, bem guardadas, se Ciro Gomes (aquele justamente criticado, execrado) foi a Paris, já vocês estão embarcando em comboio nos vagões da CBTU rumo a Bayeux!
O que no frigir dos ovos, resultado final e prático, dá no mesmo!!