O deputado federal Veneziano Vital do Rêgo (PMDB) afirma que está preparado para as consequências que vierem por votar pela autorização para que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer, por corrupção passiva. O PMDB estuda a possibilidade de punir quem votar pelo prosseguimento da denúncia. Mesmo assim, Veneziano disse que está tranquilo e assume as responsabilidades, porque está mantendo sua coerência.
“A Executiva Nacional parece-me que, inclusive, está reunida agora pela manhã. Não sei se atitudes desse naipe, dessa natureza, vão ser adotadas. Se vierem a ser adotadas, bem, eu tenho que arrostar com essas decisões, lamentar, eu penso que haveria de se ter a compreensão por parte do PMDB porque cabe a cada parlamentar a sua interpretação própria, a sua análise sobre essa situação”, disse.
Veneziano disse que está mantendo a coerência, da mesma forma que se posicionou favoravelmente para que Dilma Rousseff pudesse se defender das acusações a ela imputadas.
“O meu posicionamento é o de acolher a denúncia para que seja feito o prosseguimento das investigações. Mesmo identificando algumas subjetivas interpretações do Ministério Público, eu observo que cabe, e aí nada que vá de encontro àquilo que é constitucionalmente previsto, o direito à ampla defesa”, disse, afirmando que Temer terá a oportunidade de provar sua inocência.
Veneziano disse que não recebeu nenhuma proposta de benesse, cargo ou liberação de emenda para tentar demovê-lo da sua posição, porque todos o conhecem e sabem que toma suas posições por força de suas convicções.
“É natural que os meus companheiros, aqueles que pensam e que se posicionarão pela rejeição, pela negação ao prosseguimento, venham a mim e tentem dissuadir-me, mas da maneira eticamente aceitável. Não houve, não haveria, até porque eles me conhecem bem, não creio que possa estar a existir, mas também não posso ir além porque não estou nessa convivência a ponto de assegurar isso”, explicou Veneziano.
Ele lembrou que na reforma trabalhista e na terceirização tem mantido seus posicionamentos contrários, e sabe que vai ficar, aos olhos do grupo, visto como um dissidente, que tem desconhecido a orientação partidária, mas tem que seguir o seu convencimento.
São necessários os votos de 342 deputados federais, ou seja, dois terços dos membros da Câmara dos Deputados. Caso contrário, o Supremo não pode dar continuidade ao processo.