A prefeita do Conde, Márcia Lucena (PSB), presa durante a 7ª fase da Operação Calvário e solta após ter um habeas corpus concedido pela Justiça, assinou contrato no valor de R$ 519 mil com o Banco Bradesco dando a ele exclusividade sobre todos os pagamentos de salários, proventos e vencimentos, aposentadorias, pensões e similares, de servidores ou empregados públicos ativos, inativos e pensionistas da prefeitura de Conde.
O Contrato teve caráter de urgência devendo seu pagamento ocorrer até 7 dias após sua assinatura, e tem duração prevista de 60 meses (5 anos). Com o mandato já no fim e prestes a retornar a prisão, caso o STF derrube a liminar, Márcia Lucena teve o cuidado de “amarrar” a exclusividade do Bradesco até o fim do próximo mandato (2021-2024).
O Bradesco foi citado na Operação Calvário através da delação de Ivan Burity que revelou doações de campanha para Ricardo Coutinho em troca de contrato no Estado semelhante ao de Márcia no Conde.
O ato não é isolado. No mesmo dia em que assinou o contrato com o Bradesco, a prefeita também deu parecer favorável a LimpMax, também investigada na Calvário, num contrato de R$ 12,1 milhões de reais que também extrapola seu mandato como prefeita vigorando até 2022.
Márcia Lucena parece desafiar as instituições que a apontam como uma das principais integrantes da Organização Criminosa desbaratada pela Operação Calvário.