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ALPB presta homenagem a Dom José Maria Pires e lança documentário sobre a vida do eterno “Dom Pelé”

A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) realizou, na tarde desta segunda-feira (18), sessão especial em homenagem ao ex-arcebispo da Paraíba, Dom José Maria Pires, que faleceu em 2017. O evento,  proposta pelo presidente da Casa, o deputado Adriano Galdino, aconteceu no plenário “Deputado José Mariz” e também celebrou o “Dia Mundial dos Pobres”.

Na oportunidade, foi realizada a entrega simbólica do título de cidadania paraibana ao ex-arcebispo,  que completaria 100 anos em 2019. Também foi lançado um documentário, produzido pela TV Assembleia, sobre a vida de Dom José Maria Pires. O atual arcebispo da Paraíba, Dom Manuel Delson – que é um dos entrevistados no programa -, participou da homenagem em nome da Igreja Católica.

A entrega simbólica da honraria acontece 52 anos após a primeira iniciativa do Poder Legislativo de homenagear o sacerdote, que nunca foi realizada por conta do regime militar. Para o presidente Adriano Galdino, falar do Dia Mundial dos Pobres é mais uma forma de discutir políticas públicas que possam beneficiar aos mais necessitados com dignidade e qualidade de vida. “Essa iniciativa da Igreja Católica serve justamente para nos lembrar das disparidades existentes no mundo. E isso faz com que nós, que somos representantes do povo, busquemos cada vez mais dialogar com todos para buscar caminhos que possam melhorar a vida dessas pessoas que pouco têm e muito sofrem”, destacou.

Com relação a Dom José, o presidente afirma que, embora tardia, a homenagem é das mais justas. “Dom José Maria Pires foi uma personalidade muito forte na defesa dos mais Humildes dos mais pobres; das minorias, dos nossos índios, dos negros”. Adriano Galdino lembrou que Dom José teve o privilégio de ser o primeiro Bispo Negro do Brasil. O presidente disse ainda ser motivo de muita alegria e satisfação estar vivendo esse momento e agradeceu a Deus pela oportunidade desfrutar desse momento especial de resgatar a história e fazer justiça a um grande homem, um grande sacerdote. Momento entes da sessão, em entrevista, Galdino disse que sua origem humilde é um motivo maior da satisfação de viver esse momento tão especial.

“Com toda certeza. Fico muito feliz em saber que pessoas como Dom José, que têm essa missão de transformar e de melhorar a vida das pessoas que menos têm nesse País. Na condição que eu estou hoje, vindo da origem humilde, de vendedor de confeitos, de garçom do Pocinhos Clube, estar hoje como presidente da Assembleia. Tem toda uma caminhada de sofrimento, de luta, e, graças a essa visão que nós temos de que é possível transformar as pessoas através da educação, da saúde, da luta através da compreensão de que esse mundo pode ser melhor e mais justo para todos. Mas é preciso que cada um tenha esse mesma compreensão, que cada um faça a sua parte, para que possamos conquistar, cada vez mais, um mundo melhor e mais justo para todos”, justificou.

Dom Delson fez uma exposição sobre o Dia Mundial dos Pobres (19 de novembro). A data foi instituída pelo Papa Francisco no fim do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, em 20 de novembro de 2016, e foi celebrada pela primeira vez em 19 de novembro de 2017.

O jornalista Eri Alves, produtor do documentário, “Dom José – Fazendo fortes os fracos” fez um relato da obra da TV Assembleia sobre um sacerdote que , segundo ele, “traz a dignidade e a ação de desenvoltura dos mais pobres para lutar pelos seus direitos”. “Esse trabalho nos trouxe lições muito importantes, da ideia do evangelho que é universal e, especialmente, porque inclui todos nessa mensagem”, disse. Após a fala de Eri, foi exibida uma versão compacto do documentário.

O jornalista Silvio Osias, que fez a leitura de um discurso de Dom José, na década de 1960 – em agradecimento pela homenagem do Poder Legislativo Estadual -, lembrou que Dom José não quis receber o título de Cidadania Paraibana, naquela época porque o seu discurso de agradecimento teria que ser submetido a uma espécie de censura. “Em outra oportunidade, ele se recusou porque já se sentia paraibano. Esse era Dom José. É importante que hoje a Assembleia faça, como está sendo dito, uma reparação histórica, prestado essa homenagem a ele”, disse.

Também participaram da solenidade os deputados Branco Mendes, Chió, Cida Ramos, Jeová Campos, Jutay Menezes, Trócolli Júnior e Edmilson Soares; a secretária executiva da Economia Solidária do Estado, Roseana Meira; os padres Luiz Júnior (vigário-geral da Arquidiocese da Paraíba) e George (Comunidade Filhos da Misericórdia); e o prefeito de Sobrado, George Coelho, atual presidente da Federação das Associações de Municípios da Paraíba (Famup).

BIOGRAFIA:

Dom José Maria Pires nasceu em Córregos (MG), em 15 de março de 1919. Aos 11 anos entrou para o seminário, ordenando-se padre aos 22, em Diamantina. Sua ordenação a bispo veio em 1957, e a arcebispo, em 1965. Foi o terceiro bispo de Araçuaí e o quarto arcebispo da Paraíba, no período de 02 de dezembro de 1965 a 1995. Ao completar 75 anos de idade, encaminhou à Santa Sé seu pedido de renúncia, que foi aceito em 29 de novembro de 1995.

Em setembro de 2013 foi agraciado com o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal da Paraíba. Faleceu em Belo Horizonte no dia 27 de agosto de 2017, aos 98 anos, em decorrência de insuficiência respiratória causada por pneumonia.

Fábio Augusto
Fábio Augustohttps://pautapb.com.br
Formado pela Universidade Federal da Paraíba em Comunicação Social, atua desde 2007 no jornalismo político. Passou pelas TVs Arapuan, Correio e Miramar, Rede Paraíba de Comunicação (101 FM), pelas Rádios 101 FM, Miramar FM, Sucesso FM, Campina FM e Arapuan FM.

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