O Sabadinho Bom, realizado pela Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), apresenta, neste final de semana, o grupo Samba Se Ata que, como o próprio nome sugere, vai levar muito samba para o público. O evento, que acontece na Praça Rio Branco, Centro Histórico da cidade, às 12h30.
“O Sabadinho Bom é um ponto muito importante da nossa política de cultura porque é uma experiência artístico-cultural, mas que também integra o elemento econômico e o elemento do encontro social com o povo de João Pessoa, dos turistas com diversas gerações. O morador da cidade já se acostumou e tem a certeza de um ponto de encontro no Sabadinho Bom onde pode vivenciar a boa música de samba, de choro, de forró e participar desse movimento num ambiente de arquitetura extremamente agradável. Então, ficamos muito felizes com esse sucesso que é o Sabadinho Bom, que está cristalizado em nossa cultura”, declara o diretor executivo da Funjope, Marcus Alves.
Jad Santos, uma das integrantes do Samba Se Ata, afirma que o Sabadinho Bom é um projeto extremamente relevante para o fortalecimento da identidade cultural da cidade e da ancestralidade do povo negro, e ressalta que a Praça Rio Branco é um ambiente múltiplo por onde circula uma diversidade de pessoas.
“Isso possibilita essa experiência de troca cultural e, ao mesmo tempo, ressignifica um espaço que já foi ponto de muito martírio nesse período da escravização do povo preto. O projeto traz essa energia do samba, uma grande festa onde vive a resistência desse mesmo povo que foi ali comercializado”, observa.
Para Dora Gallindo, também integrante do grupo, além de toda essa importância, por ser um evento gratuito, ocupando uma praça do Centro Histórico, o Sabadinho Bom democratiza o acesso à cultura e, por conta disso, permite que pessoas diversas ocupem aquele espaço, além de ser um palco para que os artistas locais podem apresentar sua arte.
“Também valoriza e incentiva o comércio local. Então, o Sabadinho Bom é um evento que tem uma importância histórica de resgate da ancestralidade da cultura negra de ocupar um espaço histórico, ressignificar essa importância e democratizar o acesso à cultura. Também é um evento turístico. Quem vem para João Pessoa precisa passar pelo Sabadinho Bom. Por isso, para nós, é muito importante ocupar esse espaço”, diz.
O repertório é fruto de pesquisa coletiva das integrantes da banda e das identidades e trajetórias de cada artista do grupo. O Samba Se Ata é composto por mulheres de diversas partes do País e prioriza as mulheres compositoras no samba. Elas também vão tocar as faixas do novo EP, lançado no último dia 13 de setembro, ‘Sambada dos Erês’.
O Samba Se Ata vai levar principalmente o samba em sua complexidade e vertentes, apresentando sambas de roda, samba reggae e ritmos ancestrais do próprio samba, a exemplo do jongo, além de ijexás.
O público vai poder acompanhar músicas conhecidas das matriarcas do samba a tradicionais sambas de roda, como a ‘Tira de Samba de Roda’ das Ganhadeiras de Itapuã, e músicas autorais do projeto ‘Sambada dos Erês’ ‘No colinho de Iemanjá’, de Naná Cosme; ‘Oxum Menina’ de Ana Regina Limeira; e ‘Aidê Menina’, ‘Ayô’ e ‘Luna Chega’ de Bruna Ávila, além de ‘Encanto’ que é uma releitura de ‘Canto II’, gravado por Clementina de Jesus e ‘Marinheiro Só’, que é de domínio público.
Samba Se Ata – A banda é formada por sete mulheres. Bruna Ávila no ilu, na caixa, pandeiro, tamborim, apito e maraca; Jad Santos no ilu, tamborim, pandeiro, gonguê e agogô; Dora Gallindo no ilu, alfaia, tantan e pandeiro. Na voz, Tessy Priscila Pavan e Ana Regina Limeira, que também vai presentear o público com a harmonia do seu violão. Compondo o coro, Suzany Silva na voz e nos brilhos, como o ganzá e a maraca; e Letícia Carvalho na voz, alfaia, prato e maraca.
“Nós sempre temos a expectativa de transformar os espaços onde nos apresentamos em ‘terreiros da alegria’, como diz uma de nossas canções, entendendo que ‘terreiro’ é todo espaço praticado na dimensão de encantamento do mundo, como nos ensina o professor Luiz Antônio Simas. E, como sábado será dia de Cosme e Damião, pretendemos celebrar a força e a alegria dos erês com música, doces e dança, já que contamos neste projeto com a participação da dançarina Talita Lima”, pontua Letícia Carvalho.
Ela acrescenta que o trabalho do Samba Se Ata é uma homenagem às crianças, as que nasceram no grupo, as que convivem com as musicistas e as crianças que cada uma cultiva em si. “Por isso, apresentaremos nosso projeto ‘Sambada dos Erês’. Já circulamos com esse projeto, que conta com música e dança, por Pernambuco, Rio Grande do Norte e Cabedelo, e neste sábado o celebraremos na praça com a apresentação do nosso EP”, completa.
Samba na Praça – O projeto Samba na Praça, que também acontece na Praça Rio Branco, começa logo depois do Sabadinho Bom e sempre leva muito samba para o público. Josinaldo Nascimento, cantor do Samba na Praça, conta que o repertório envolve grandes sucessos de nomes como Zeca Pagodinho, Alcione, Fundo de Quintal, Martinho da Vila, Revelação, Exaltasamba, Almir Guineto, Beth Carvalho, Ferrugem e Leci Brandão.
Além de Josinaldo Nascimento na voz, participam do Samba na Praça os músicos Figueiredo no cavaco, Naldão no surdo, Jefferson no violão, Erisvaldo no pandeiro, Mário e Renan no tantan, Luan, Naldo e Jorge no reco-reco, Chida no vocal.
