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FliParaíba 2025 movimenta Centro Cultural São Francisco com lançamentos de livros, toré indígena, coco quilombola, sarau cigano e vernissage

A abertura do Festival Literário Internacional da Paraíba (FliParaíba 2025), movimentou o Centro Cultural São Francisco, nessa quinta-feira (27), em João Pessoa, com lançamentos de livros e sessão de autógrafos, toré indígena, coco quilombola, sarau cigano e vernissage, além de concerto com a Orquestra Sanfônica Balaio Nordeste. O festival é uma realização do Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult-PB), em parceria com a Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), Fundação Espaço Cultural (Funesc), Associação Portugal Brasil 200 anos (APBRA) e Centro Cultural São Francisco.

 

A cerimônia de abertura contou com as presenças do governador da Paraíba, João Azevêdo, e da primeira-dama, Ana Maria Lins. O secretário de Estado da Cultura, Pedro Santos, falou sobre o tema central desta edição do FliParaíba, “Nossa Língua, Nossa gente: ancestralidade, identidade e o futuro da democracia”.

 

“Quando a gente fala de ancestralidade a gente fala de história e não tem como a gente falar de futuro sem conhecer de onde nós viemos. Hoje a gente ouviu aqui o tupi-guarani, ouvimos o calon, que é um dialeto da língua romani, preservado nas comunidades ciganas de Sousa. Hoje também vimos coco de roda quilombola, a Paraíba tem mais de 30 comunidades quilombolas. Não faria sentido pensar sobre o futuro da democracia se a gente não pudesse trazer para esse ambiente esse passado tão potente. Vejam onde moram as sutilezas, vejam onde nós estamos e onde essas pessoas estão entrando hoje. Desejo, de verdade, que possamos explorar as sutilezas deste festival”, frisou Pedro Santos.

 

“Sou um dos guardiões da história e do idioma cigano”, foi o que afirmou com orgulho Antônio Pedro, cigano da etnia Calon. Estou muito feliz por estar aqui com meu povo, sou conhecido como o Patativa dos Ciganos, por ser um amante da poesia e ser semianalfabeto igual Patativa do Assaré era, para mim é uma alegria receber esse apelido. Os ciganos de Sousa quando querem saber sobre o idioma, sobre a história antiga, eles vêm a mim, conheço a história do meu povo de A a Z. Sou considerado um resguardador”, ressaltou Antônio Pedro.

 

Já a quilombola Doraci da Silva disse que para ela é gratificante ter o seu quilombo representado pelo coletivo Caiana dos Crioulos, do município de Alagoa Grande. “Estar aqui no meio dessas pessoas vivenciando essa cultura maravilhosa, estar entre os indígenas, entre os ciganos, vivendo toda essa riqueza cultural nesse festival é muito bom”.

 

A professora de Língua Portuguesa, Lindjane Pereira, lançou seu primeiro livro, uma coletânea de contos, ‘Entre Muros e Sussurros’. “São 12 contos que têm como pano de fundo a pandemia, sobre como a pandemia amplificou dores que a gente pode vivenciar em qualquer época. Muitos dos contos têm relação com o universo feminino como um conto de abertura, que se chama Asfixia e tem Dora como personagem principal. Ela é uma profissional, mãe, esposa que se sentia muito culpada, porque não tinha tempo para a família por conta do trabalho. Os contos vão tratar de questões sociais, de questões tecnológicas. É, digamos, uma coletânea sobre dor, mas é também sobre como a gente recomeçou a partir da dor”, destacou.

 

Durante a noite houve a vernissage da exposição ‘Versos Parahybridos’, que traz imagens e poemas de pessoas das comunidades indígenas, quilombolas e ciganas da Paraíba. O concerto da Orquestra Sanfônica Balaio Nordeste, regida pelo maestro Lucílio Souza, fechou a programação de abertura do festival apresentando músicas clássicas do autêntico forró de raiz.

 

Também participaram da abertura, a presidente da Empresa Paraibana de Comunicação, Naná Garcez; a presidente da Fundação Espaço Cultural, Bia Cagliani; o presidente da Associação Portugal Brasil 200 anos, José Manuel Diogo; o secretário de Estado da Cultura de Portugal, Alberto Santos e o deputado estadual, Dudu Soares.

 

O FliParaíba continua nesta sexta-feira (28). A programação foi iniciada às 9h e se estende até às 23h, com oficina de cordel e de xilogravura, lançamentos de livros e sessão de autógrafos, cinco mesas temáticas com autoras e autores convidados para debater a língua portuguesa, batalha do conhecimento, toré indígena dos anciãos do município de Baía da Traição, espetáculo poético-musical de Lukete e, encerrando a noite, a cantora Maria Gadú faz um concerto inédito com a Camerata Parahyba.

 

Confira a programação completa.

 

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