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Marcha da Negritude acontece com apoio da Prefeitura e marca Dia da Consciência Negra com atos culturais e reflexões

O Dia da Consciência Negra, celebrado nesta quinta-feira (20), ganhou força e simbolismo em João Pessoa com a realização da 7ª Marcha da Negritude Unificada da Paraíba (MNU/PB). O evento, apoiado pela Prefeitura de João Pessoa, por meio da sua Fundação Cultural (Funjope), reuniu movimentos sociais, coletivos culturais e representantes de entidades públicas e privadas em uma caminhada que partiu da Praça Pedro Américo, em frente ao Teatro Santa Roza, até o Parque Solon de Lucena, onde a programação seguiu com shows, oficinas e intervenções artísticas.

Com o tema ‘Igualdade e democracia: reparação e justiça social’, a marcha reforçou a importância do 20 de novembro como um dia de memória, valorização da identidade negra e enfrentamento ao racismo. A coordenadora de Promoção da Igualdade Racial de João Pessoa, Carla Uedler, destacou o simbolismo da ação no feriado nacional. Para ela, a marcha traduz a união dos movimentos e o compromisso de reafirmar a luta antirracista. “A importância dessa marcha no dia 20 de novembro, saindo do Teatro Santa Roza e vindo até a Lagoa, com tantos movimentos e a sociedade civil engajada, é mostrar a relevância desse dia, da conscientização da população. Este é um dia de resistência, de força e de dizer não ao racismo, à injúria racial, à discriminação e à intolerância religiosa”, ressaltou.

Marli Soares, coordenadora executiva da Marcha, lembrou que o movimento já soma sete anos de construção contínua, fortalecendo debates e expressando a realidade da população negra. “A Marcha da Negritude Unificada é resistência. É um momento de expressar nossas dores, nossa cultura, nossa história. Estar nas ruas neste feriado é reafirmar que não aceitamos o racismo e que continuamos lutando. Agradecemos o apoio da Prefeitura e da Funjope, fundamental para nossa organização e existência”, destacou.

Para Jéssica Souza, presidente da Comissão de Combate ao Racismo e Discriminação Racial da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PB), a marcha reforça a permanência da luta contra os impactos do período escravocrata. “O 20 de novembro é simbólico para lembrarmos que os resquícios da escravização ainda nos atravessam. Estar entre meus pares, fortalecendo e celebrando a luta, é extremamente gratificante”, disse.

Programação cultural e representatividade – Durante o percurso e no palco montado no Parque Solon de Lucena, o público acompanhou apresentações de Jany Santos (show Afrobrasilidades), Daniel Afrosonoro (Samba de Preto Velho) e do Maracatu Baque de Raiz, além de oficinas do NEP/FNU, grafite do projeto Nós por Nós, intervenção cênica do Coletivo Negro em Cena e roda da Associação de Capoeira Angola da Paraíba (ACAP) com o mestre Saruê.

O diretor de finanças do Instituto Cena Preta, Sidney Rufino, ressaltou a importância da união dos movimentos e da valorização do feriado. “Estar aqui é reafirmar o 20 de novembro como um dia nacional de consciência e luta. Esses movimentos existem em defesa do nosso povo, que sempre teve a força como maior virtude para romper barreiras”, afirmou.

Cultura negra e resistência em destaque – Mestre do Maracatu Baque de Raiz, Rômulo Fernandes lembrou o papel das expressões afro-brasileiras na preservação da memória e identidade. “É de suma importância estarmos aqui fortalecendo a cultura negra do nosso Estado. Para nós, é motivo de felicidade ocupar os espaços, celebrar nossa ancestralidade e dizer: viva Zumbi!”, declarou.

Ativista histórico e cofundador do Centro de Referência da Igualdade Racial João Balula, Roberto Jurema reforçou que o feriado dá visibilidade às desigualdades ainda vividas pela população negra e à urgência de políticas públicas eficazes. “O dia 20 de novembro é merecido e necessário. O Estado e o Município têm avançado, mas ainda é preciso muito para reduzir desigualdades históricas. Essas mudanças não se resolvem em poucos anos, exigem continuidade e compromisso”, observou.

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