Este final de semana será tempo de celebração da autêntica música paraibana.
Tenho, costumeiramente, muita resistência a utilizar esse conceito de genuíno… Principalmente quando falamos de cultura. Esse “corpo” mutante, dinâmico, híbrido e sem fronteiras, em constante transformação, troca, apropriação.
Mas como definir o Festival de Música da Paraíba senão pelo prisma da originalidade da música contemporânea produzida na PB?
Trinta artistas de todos os cantos desse fértil solo cultural paraibano, das mais diferentes vertentes musicais apresentando canções autorais inéditas!
Para alguns é um formato démodé?!?! Eu, que não nasci ontem mesmo, canso do debate. Como diz meu amigo Franciel Cruz, para mim é pura “potência ancestral”. O futuro bebendo no passado e isso é lindo aqui, agora, ou em 1968. Para alguns o formato de “competição” é ultrapassado, impróprio… A estes eu digo que “Imprópria”, aliás, é o nome da música de um pequeno gigante chamado Chico Limeira, que com estes versos ganhou a primeira edição do Festival de Música da Paraíba, em 2018 (Chico também venceu o segundo e tornou-se quase hour concour- no atual edital o último campeão fica impedido de participar da edição subsequente ). Voltando a “Imprópria”… composição ácida, ferina, contestadora, típica dos tempos áureos dos grandes festivais e que, dos palcos daqui, através do evento, se espalhou pela Paraíba e pelo mundo!
Aos que contestam o evento sob o argumento de “disputa”, lembro que a classificação final é apenas uma das alegorias de um evento desse porte. Mero acessório, importante aos “autos da história”, mas subjetiva como tudo que envolva manifestações artísticas. O que se sobressai é a arte em estado bruto, músicas nunca antes apresentadas ao público, exibidas em bloco, em grande estilo, com arranjos e estrutura primorosos etc e coisa e tal.
Como desprezar um “palco” que traz todos os holofotes para a produção local paraibana, fora da estrutura do mainstream, em sua plenitude? Artistas da terra, cantando músicas locais suas, ou de colegas, com ampla exibição e publicização. Isso é um serviço exclusivo e muito mais que merecido a um dos estados com mais relevante produção independente de todo o Brasil.
E com um detalhe fundamental, toda essa força da música paraibana você pode acompanhar em high-definition e gratuitamente no sofá de sua casa, ou onde queira, direto do seu computador, celular ou tecnologia que convenha. Tudo para seguir os protocolos de isolamento social recomendados pelos órgãos de saúde.
Anota aí na agenda: III Festival de Música da PB, que este ano homenageia o Mestre Sivuca, acontece nos dias 04, 05 e 06 de dezembro (sexta- também conhecida como hoje, sábado e domingo), a partir das 20 horas nas redes de YouTube e Facebook da Rádio Tabajara e Funesc, além do tradicional dial da 105,5 no rádio.
Confira a programação completa, com a ordem das apresentações, e se organize para celebrar a música da Paraíba:
1ª ELIMINATÓRIA (04/12/2020)
1 – AMOR DE CARNAVAL (JOÃO DE ARIMATEA FARIAS DE MELO)
2 – SAUDADE DE CAMPINA (JAMILA LEAL DOS SANTOS MARQUES)
3 – O MEU NORDESTE (RAABE CATARINE ALMEIDA MAGALHÃES)
4 – SERTANEJO SEDENTO (JANUÁRIO DE ASSIS NASCIMENTO)
5 – RESISTÊNCIA (WILSON PAULO MAGALHÃES)
6 – SEJA (WISTERLANDIO GALVÃO SILVA)
7 – MULHERIO (NARA LIMEIRA FERREIRA DOS SANTOS)
8 – FRAGMENTOS (ELON DA SILVA BARBOSA DAMACENO)
9 – CANÇÃO SELVAGEM (CARLOS ROBERTO DA SILVA)
10 – FELA (DANIEL ALMEIDA PINA)
11 – MARTE AQUI (ALCIDES PRAZERES FILHO E ALEXANDRE EDUARDO DE ARAUJO)
12 – DESENREDO (ANTONIO LUIZ DRUMMOND MIRANDA)
13 – A COR DE SIVUCA (WIL WANDREUS WILSON DA SILVA CORREIA)
14 – CANÇÃO DA INSPIRAÇÃO (CHRYSTOPHER MAURICIO DIAS DA SILVA)
15 – REVOADA DOS PEIXES (SAMIR BORGES CESARETTI)
2ª ELIMINATÓRIA (05/12/2020)
01 – BALA E NEBLINA (TIAGO SOTERO E FLAVIANO MACIEL VIEIRA)
02 – DAMIÃO DO PIFE (ELINALDO BRAGA E DANIEL ANDRADE)
03 – DESAFLORO (LUCAS DANTAS GAIÃO)
04 – MULHER BICHO SOLTO (LUANA DE MELO LUCENA)
05 – DOSE DE ILUSÃO (YURI GONZAGA E CARLOS HENRIQUE)
06 – UM ROCK PÉ DE SERRA (ORLANDO OTÁVIO DA SILVA)
07 – ITABAIANA (ANTONIO CARLOS DE ARAUJO)
08 – BALADA PARA ADIAR O FIM DO MUNDO (ERNANI SÁ E GUSTAVO LIMEIRA)
09 – NORDESTINO SIM SENHOR (DONACIANO PEREIRA DONATO JUNIOR)
10 – CÊ NÃO FAZ (BIANCA MANICONGO)
11 – MOÇA (LARISSA DE SOUZA MENDES)
12 – NOITE CARCARÁ (ANDERSON DE MENEZES PEREIRA)
13 – NA KALUNGA (MARTA SANCHIS CLEMENTE)
14 – MANIFESTO DOS CANTOS (JOSÉ CAETANO DOS SANTOS JÚNIOR)
15 – LINHA (RHUAN PACHECO RODRIGUES)
FINALÍSSIMA (06/12/2020)