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Inventário Florestal: Governo lança estudo com pesquisa socioambiental da Paraíba

Representantes e técnicos dos órgãos de defesa ambiental participaram, nesta segunda-feira (2), do lançamento do Inventário Florestal Nacional da Paraíba. O evento ocorreu no Auditório da Companhia de Desenvolvimento da Paraíba (Cinep) e contou também com a presença do secretário de Estado da Infraestrutura, dos Recursos Hídricos e do Meio Ambiente (Seirhma) Deusdete Queiroga, que representou o governador João Azevêdo; do secretário do Desenvolvimento da  Agropecuária e da Pesca, Efraim Filho, do diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Valdir Colatto, e do superintendente federal da Agricultura da Paraíba do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Márcio Ayron.

O documento foi apresentado em vídeo pelo técnico do Serviço Florestal Gustavo Pinho. O levantamento dos dados sobre a Paraíba ocorreu numa área de 56 mil km² em 223 municípios no período de maio de 2016 a março de 2017. Na Paraíba, o IFN foi realizado por meio de um trabalho conjunto entre o Serviço Florestal Brasileiro, a Secretaria da Infraestrutura, dos Recursos Hídricos e do Meio Ambiente (Seirhma) e do Herbário Lauro Pires Xavier da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), por meio do Projeto de Apoio ao Instituto Florestal Nacional (IFN), com recursos do Global Environment Facility (GEF), administrados pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura).

De acordo com o secretário Deusdete Queiroga, esse é um instrumento muito importante, fruto da parceria da Secretaria da Infraestrutura, Recursos Hídricos e Meio Ambiente com o Instituto Florestal Brasileiro e a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que mostra dados detalhados de pesquisa socioambiental, para que possa desenvolver planejamento e políticas públicas para o Estado. “Os elementos apresentados são atualizados e podem ser utilizados por órgãos e pesquisadores, a exemplo da qualidade, uso e conservação da floresta, a capacidade de regeneração da Caatinga no Nordeste e em especial a paraibana, entre outros elementos que poderão ser utilizados a partir de agora”, frisou o secretário.

Como explicou o diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Valdir Colatto, a intenção do inventário é mostrar de que forma ocorre a ocupação do território brasileiro e da cobertura do solo. “É um documento técnico científico que mostra a realidade e a riqueza que o Brasil tem nas diversas regiões do País. Mostra o manejo sustentável do País, para que União, estados e  municípios possam planejar seus projetos, com resultados concretos para aplicação dos recursos públicos com financiamento de atividades, trabalhando o processo da atividade econômica, visando o desenvolvimento do potencial de cada região”, ressaltou Colatto.

Para o secretário Efraim Morais, o Inventário Florestal da Paraíba servirá de estudo, de base e de orientação, não só para o Governo do Estado, mas para os estudiosos na área, estudantes das escolas estaduais, para que se tenha mais conhecimento nesse sentido.

Dados apresentados na Paraíba – No trabalho realizado, foi identificado que 45% da extensão territorial da Paraíba é coberta por vegetação natural, predominantemente do Bioma Caatinga. Dos 223 municípios, 31% (69 deles) apresentam mais de 50% do território coberto vegetação natural. Foi constatado ainda que a espécie endêmica Guarda-Orvalho (Erythroxylum pauferrense), que só ocorre em brejos de altitude do estado, está ameaçada de extinção por ser rara na natureza e por ocorrer em ambientes sujeitos a degradação.

O percentual de cobertura florestal na Paraíba também foi mapeado no trabalho, possuindo o Estado uma cobertura de 45% do seu território, correspondendo a um total de 2,534 milhões de hectares, com florestas de Caatinga (com maior cobertura, cerca de 94% do total) e Mata Atlântica.

Os municípios com maior cobertura florestal de Caatinga são Gurjão (85% em relação ao seu território), Catolé do Rocha (84%), São José de Espinharas (84%) e São João do Cariri (84%); e com menor cobertura de Caatinga são Logradouro (0,04%), Sobrado (0,1%), Mari e Mulungu (ambos com 1%), evidenciando o avanço do desmatamento nesses municípios.

Na Mata Atlântica, Cabedelo (45%), Baia da Traição (37%) e Caaporã (36%) são os municípios com maior cobertura florestal em seu território, e Sobrado (0,1%), Juripiranga (3%) e São Miguel de Taipu (4%) os municípios com menor cobertura florestal.

Para 57% dos entrevistados residentes na zona rural durante os levantamentos de campo do IFN-PB, os recursos florestais contribuem com até a metade ou mais da metade da renda familiar, com a produção de lenha e estacas da floresta nativa, com uso doméstico de madeira caída para produção de energia (especialmente para cozinhar alimentos), e a criação de animais em áreas de mata o serviço florestal mais utilizado.

Inventário Florestal na Paraíba – A coleta de dados em campo aconteceu em 151 unidades amostrais, distribuídas a cada 20 km, sobre todo o território estadual foi realizada pela empresa Nordeste Reflore. Essas informações se dividem em três componentes: análise da cobertura de vegetação, coleta de dados biofísicos e levantamento socioambiental.

O Inventário Florestal Nacional é uma das principais ações realizadas pelo Governo Federal – por meio do Serviço Florestal Brasileiro – para produzir informações estratégicas sobre os recursos florestais brasileiros. O IFN faz o levantamento de dados diretamente nas florestas naturais e plantadas, onde são realizadas coletas de amostras botânicas, amostras de solo, medição de árvores, além de entrevistas com moradores das proximidades, com o objetivo de identificar as realidades locais.

Fábio Augusto
Fábio Augustohttps://pautapb.com.br
Formado pela Universidade Federal da Paraíba em Comunicação Social, atua desde 2007 no jornalismo político. Passou pelas TVs Arapuan, Correio e Miramar, Rede Paraíba de Comunicação (101 FM), pelas Rádios 101 FM, Miramar FM, Sucesso FM, Campina FM e Arapuan FM.

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