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A ordem é tocar fogo… – novo texto de Marcos Thomaz

Passada a desgastante eleição, corridos 6 meses de presidência… ainda me deparo com gente sem se aperceber da estratégia de espalhar o caos que conduz Bolsonaro e sua trupe

Recomendo abandonarem análises complexas e teorizadas de discurso, desprezarem elaboração de perfil psicológico científico e encararem a dura realidade: não há nada de denso, profundo, ou intrigante na ascensão e manutenção do bolsonarismo!!

É simples. O grande êxito desse séquito foi a percepção de um cenário de involução que começou a tomar forma há alguns anos e emergiu das trevas recentemente. Assim, levantando bandeiras confusas de conservadorismo, religiosidade medieval, negacionismo da ciência e conhecimento, além de todo tipo de absurdo eles alimentam e retroalimentam a sanha dessa turba ensandecida que se autodenomina de povo de bem, escolhidos de Deus, fazem arminha e coreografia gospel contra a corrupção!

Agem como incendiários que promovem o colapso, propagam a desconstrução de tudo e fomentam desorganização institucional em todas as esferas. Como diz a canção de Tom Zé: “Eu tô te explicando pra te confundir! Eu tô te confundindo pra te esclarecer!”

Essa semana que, pela Graça, se aproxima do fim é emblemática para ilustrar o modus operandi do alto comissariado “bolsonariano”:

Em intervalo de poucos dias eles “lançaram no ar” a possibilidade de saque do FGTS, a redução de juros habitacionais da Caixa em mais de 30%, além de reavivarem a promessa de elevação do piso de isenção do Imposto de Renda!

Sem entrar no mérito das questões, o que estes, de fato, tem em comum é a total falta de estudo ou viabilidade prática das operações. Exemplos sintomáticos do improviso e “jogo de brincar com fogo” do grupo: fazem o rastro, ameaçam acender o pavio, mas não riscam o fósforo. Sentem a temperatura da opinião pública e setores econômicos para daí decidirem se “queimam tudo” ou “abortam o incêndio”!

A possibilidade de liberação de até 35% do FGTS foi recebida com “balbúrdia” (recebam a Lei do Retorno) por milhões de brasileiros. Quase um terço da população endividada, sem reservas, de imediato, qualquer grana extra é lucro! Mas bastou uma grita dos construtores e impasse entre os próprios economistas do governo para a brasa esfriar. Nem se sabe mais se haverá a tal medida, mesmo após anúncio e garantia oficial do próprio presidente Bolsonaro.

A questão da elevação da renda mínima para IR, então, é outra bomba sem pólvora. Lançada como promessa de campanha, voltou a tona esses dias através de interlocutores do governo, mas quando procurados, os setores técnicos pularam a fogueira, deixando claro que não há qualquer estudo encaminhado sobre a questão!

Nessa “brincadeira” de acende e apaga, queima e abafa, o governo federal mantem todos os brasileiros dentro de um barril de pólvora, a mercê do acaso. Ao senhor Bolsonaro e sua trupe deixo o ensinamento de uma singela canção do “Mundo Bita” parte do universo infantil do meu filho: “o fogo é quente, muito cuidado. Nunca se aproxime dele, não…”

Fábio Augusto
Fábio Augustohttps://pautapb.com.br
Formado pela Universidade Federal da Paraíba em Comunicação Social, atua desde 2007 no jornalismo político. Passou pelas TVs Arapuan, Correio e Miramar, Rede Paraíba de Comunicação (101 FM), pelas Rádios 101 FM, Miramar FM, Sucesso FM, Campina FM e Arapuan FM.

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