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A CULTURA E AS GAFES; leia o novo artigo de Demétrius Faustino

Definitivamente a cultura não é a praia do presidente Bolsonaro, pois ao ser indagado sobre a morte do cantor João Gilberto, limitou-se a dizer que ela era uma pessoa conhecida. E completou: “Nossos sentimentos à família, tal quei?” Concomitantemente os jornais mais importantes do mundo noticiavam com realce e relevo o falecimento do melhor intérprete da canção “Chega de saudade”, graduando-o não como uma “pessoa conhecida”, mas como o gênio que levou o mundo a aplaudir a bossa nova.

Trata-se de mais uma gafe, de uma incoveniência do presidente, ou como escreveu um imortal em certo artigo, “Bolsonaro sofre de incontinência verbal”.

Para o seu bem, melhor seria que o presidente ficasse em silêncio, já que suas frases e opiniões muito e não muito remotas lhe renderam o título de especialista em dar tiro no próprio pé, senão vejamos:

Sobre a homofobia: “Seria incapaz de amar um filho homossexual”, “Não vou combater nem discriminar, mas, se eu ver dois homens se beijando na rua, vou bater”; contra a mulher: “Ela é muito ruim, feia, jamais a estupraria”, “Fui com os meus três filhos, o outro foi também, foram quatro. Eu tenho o quinto também, o quinto eu dei uma fraquejada. Foram quatro homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio mulher”; racismo: “Quilombolas não fazem nada. Nem para procriador servem mais”, “Ô Preta, eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco porque meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes como lamentavelmente é o teu”; a favor da violência: “Vamos fuzilar a petralhada toda aqui do Acre”, “O erro da ditadura foi torturar e não matar”, e por ai vai.

E ainda por cima, sobrou tempo para se enganar durante um discurso no Texas e trocar a palavra “nova-iorquinos” por “nova-iorquines”.

E prá fechar, defendeu o trabalho infantil: “Trabalhei desde os 8 anos de idade plantando milho, colhendo banana, com caixa de banana nas costas com 10 anos de idade e estudava. E hoje sou quem sou. O trabalho dignifica o homem, a mulher, não importa a idade”.

Em entrevista concedida à revista “Crescer” em 2015, o irmão do presidente de nome Renato nega que qualquer um deles tenha trabalhado quando criança: “Meu pai (…) nunca deixou um filho trabalhar, porque achava que filho tinha que estudar”.

Há quem diga que Bolsonaro seguiu o pai. Os filhos dele não trabalham até hoje.

João Pessoa, Julho de 2019.

Fábio Augusto
Fábio Augustohttps://pautapb.com.br
Formado pela Universidade Federal da Paraíba em Comunicação Social, atua desde 2007 no jornalismo político. Passou pelas TVs Arapuan, Correio e Miramar, Rede Paraíba de Comunicação (101 FM), pelas Rádios 101 FM, Miramar FM, Sucesso FM, Campina FM e Arapuan FM.

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